Em entrevista divulgada pela Revista Veja nesta sexta-feira (19), o senador Ciro Nogueira (Progressistas) deu sinais de que sua aproximação ao presidente Jair Bolsonaro e distanciamento político do Partido dos Trabalhadores (PT) é um caminho sem volta.
Senador Ciro Nogueira (Foto: Arquivo/ODIA)
Aliado fiel do PT nas últimas eleições, especialmente do ex-presidente Lula, a quem manifestou apoio a possibilidade de candidatura à presidência em 2018 barrada pela Justiça, o parlamentar piauiense agora faz ressalvas aos petistas, inclusive ao governador Wellington Dias (PT), seu iminente adversário político.
“Acho que o Lula não está mais com pique de campanha, acredito que por causa da idade e pelo que ele passou. Os governadores do PT não estão indo muito bem no Nordeste. Eu vi pesquisas que mostram cidades em que o partido ganhou com mais de 70% dos votos e hoje tem cerca de 30%. Já o Bolsonaro subiu.”, disse Ciro.
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O senador vem articulando a estratégia do seu partido nas eleições municipais deste ano, para viabilizar uma eventual candidatura ao Governo do Estado em 2022, possibilidade admitida pelo mesmo. Enquanto isso, o líder progressista quer usar de sua influência no Planalto para contrapor da influência petista na região.
Wellington Dias (à esquerda) e Ciro Nogueira (à direita) (Foto: Arquivo/ODIA)
“O presidente precisa ir mais à região. Há uma série de inaugurações de obras importantes. Quero levá-lo a uma comunidade que não tem água para ele ver um poço jorrando, a alegria dessas pessoas. Não tem quem não se emocione. Espero que ele vá”, afirmou Ciro Nogueira.
O recente realinhamento à Bolsonaro, que já foi do seu partido, permitiu ao senador indicações importantes no Governo Federal. Ele, no entanto, rejeita a pecha “fisiológica” dada às siglas do chamado Centrão e reafirma sua afinidade com presidente, segundo ele, necessária para conseguir benefícios à população.
“Tenho perfil de centro-direita, mas, por questão de pragmatismo, fizemos outras alianças. Eu e o Bolsonaro temos um perfil muito mais parecido, principalmente quando se trata de valorizar quem produz e diminuir o tamanho do Estado”, concluiu o congressista.
Fonte: Revista VejaPor: Breno Cavalcante